É necessário que Ele cresça e eu diminua (Jo 3,30)

24/09/2011 16:49

É necessário que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30)

 

João Batista pronuncia esta grandiosa frase após ter contemplado Jesus como o Esposo que tem a esposa; e após ter dito que a ele (a João) cabe a função de amigo do Esposo. Com este olhar de amor, do encanto mais puro, João coloca-se então totalmente sob o olhar de Jesus. Que quer dizer: “Ele deve crescer, eu devo diminuir”?

Jesus não é um Deus ciumento que não suporta que o outro seja feliz, seja grande e belo. Pelo contrário, Jesus é tão santo, tão divino, que ele não só não entra em concorrência, mas ele deseja a plenitude dos que ele ama.

Uma comparação nos ajuda: Se uma pessoa se faz importante, os outros devem ceder lugar, devem ficar à margem e deixar a pessoa importante no centro.

Deus não é assim. Jesus é como a luz mais pura e mais poderosa. Sem ele, nossa vida fica treva, fica sombra. Ora, a luz não enfrenta a treva, empurrando-a para a margem. Não, pelo contrário. A luz penetra na escuridão, absorve a treva, transforma-a em luz. Assim é a luz que transformou a noite no esplendor do dia. Comparando com esta imagem, entendemos um pouco que Jesus não nos coloca na margem, mas transforma em nós toda a escuridão, a sombra. Destarte nós nos tornamos luz na sua luz.

Exulta o Salmo 35,10: “Na tua Luz, vemos a luz!”. Não é fácil traduzir o significado profundo deste Salmo. A “Luz” é também a face de Deus. Diante desta face, nós nos tornamos luz. Vemos a luz de Deus, e tudo se torna luminoso. E o mais importante, Sua bondade nos torna luz, reflexo da luz divina. Como Jesus é o “esplendor da glória do Pai” (Heb 1,3), assim sob o olhar de Jesus se reflete em nós a luz divina; nós começamos a refletir em nossa alma, em nossa face, este divino esplendor.

Assim, então, entendemos: Ele deve crescer. Crescer para dentro do meu ser, para que eu me torne luz com Ele, luz n’Ele. Assim, meu egoísmo, as trevas do pecado, a sombra do desânimo, tudo isto, meu ser velho, deve diminuir. Sua luz surge em mim. Ele deve crescer. E eis a maravilha: Ele cresce em mim! Assim, diminuindo a minha penumbra, a minha treva, eu começo a crescer em sua luz, porque ele cresce em mim.